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XXVII Domingo do Tempo Comum

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Miniatura, XI sec.
Gesù insegna nel tempio

2 Outubro 2011
Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI
Também para o homem longe de ser fácil e imediato, o amor é um trabalho que exige ascese (exercício). Trabalhar eficazmente e amar de forma adulta são dois elementos decisivos para a maturidade humana. 


Domingo 2 Outubro 2011

Ano A
Is 5,1-7; Sal 79; Fil 4,6-9; Mt 21,33-43

Isaías e Mateus sublinham o tema do fazer: há um fazer de Deus que aguarda uma resposta do fazer humano; aguarda que, particularmente a vinha-de-Israel, dê frutos. A praxis do crente é dar frutos: trata-se de entrar numa relação que fecunda. A actividade, especialmente pastoral, do cristão arrisca-se a ser cega pelo activismo, preguiçosa pela inércia, insipiente como quem tem a "sensação de frio e não tem razões para agir" (Thomas Stearns Eliot). O resfriamento da caridade (cf. Mt 24,12) pode-se acompanhar por um fazer insano, indiscreto e sem discernimento. A fé (confiança) no fazer de Deus pelo homem, logo no seu amor, é a raíz da acção do crente.

O fazer de Deus pela sua vinha é um trabalho (cf. Is 5,2) que exprime o Seu amor (cf. Is 5,1) pelos Homens. O amor é um trabalho, um esforço: o “esforço da caridade” (1Ts 1,3). Também para o homem longe de ser fácil e imediato, o amor é um trabalho que exige ascese (exercício). Trabalhar eficazmente e amar de forma adulta são dois elementos decisivos para a maturidade humana.

O amor divino alimenta uma espera: não espera amor mas justiça (cf. Is 5,7). A justiça humana honra o amor de Deus. O amor que espera qualquer coisa do amado exerce uma violência, ainda que meiga, mas um amor que não espera nada do amado é irreal. 

A primeira leitura e o Evangelho são textos de teologia da história, de releitura da história à luz da fé. Isaías fala do agir de Deus para com o seu povo e a parábola evangélica relê a história do envio dos profetas e da sua rejeição por parte do povo, até ao envio do Filho. Ressalta a dificuldade em discernir o servo de Deus, o Profeta. A alteridade insustentável de Deus torna-se a alteridade do profeta que se traduz numa presença incómoda, imprevisivel, que não se confina aos rótulos de “progressista” ou “conservador”. O profeta é o homem do pathos de Deus e as suas reacções aos acontecimentos históricos e eclesiais desafiam o bom senso e o sentir religioso comuns, parecem por vezes excessivas, não alinhadas, desproporcionadas, dificilmente compreensíveis, insignificantes, sem influência alguma. São por isso, olhados, muitas vezes, como insuportáveis, sonhadores ou considerados como uma presença que se pode dispensar.


  

O comportamento dos trabalhadores a quem é confiada a vinha (cf. Mt 21,33-39) denuncia um perigo constante nas comunidades cristãs: a ocupação do espaço eclesial por parte de quem exerce a liderança (cf. Mt 21,38). Isto acontece quando um grupo de pessoas que tem um papel dirigente, na Igreja, absolutiza a sua visão e pretende fazer das suas opções a regra.

A parábola coloca-nos diante do enigma da violência que pode escandalosamente surgir no espaço religioso. Nos primórdios da Igreja habitualmente a violência não se reveste de formas clamorosas como a violência física, mas de formas mais subtis como a não escuta, a recusa, a marginalização, o desprezo, o não-acolhimento, o desinteresse, a pressão e o abuso psicológico. 

Assim, o agir de Deus que faz do residual humano o fundamento da história da salvação (cf. Mt 21,42), é contradito pelo agir eclesial que cria resíduos e produz marginalizados. É este o agir de Deus: “Deus escolheu os que nada são” (1Cor 1,28). É este o escandaloso agir messiânico e é este que é chamado a ser o agir dos messiânicos, os "cristãos". 

O espanto e o escândalo que a atitude do dono da vinha suscita em nós, depois de ter visto tantos dos seus servos sofrerem a violência, de por fim enviar o seu filho, quase subvalorizando o risco, mostra a nossa distância da forma de pensar de Deus, da radicalidade do seu amor, da loucura da sua gratuidade. 

A entrega da vinha a um povo que a fará dar frutos, não é um juízo sobre a vinha-de-Israel, mas sobre os seus chefes e é também convite e aviso aos seus descendentes a serem fecundos. Nada se substituições (os vinhateiros não substituem a vinha!): nenhuma ideia da Igreja como novo ou verdadeiro Israel surge do texto.

LUCIANO MANICARDI

Comunidade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as Celebrações Eucarísticas - Ano A
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