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Batismo do Senhor

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Giusto de
Giusto de
12 janeiro 2014
Reflexões sobre o Evangelho
de
ENZO BIANCHI
De Ti me congratulo, de ti me alegro!”: nós hesitamos, mas deviamos convencer-nos. Estas são as palavras que Deus nos quer dizer e que nos dirá se esperarmos n'Ele, não em nós; na sua misericórdia e não nas nossas justificações.   
Ano C
Mt 3,13-17

12 janeiro 2014
de ENZO BIANCHI

 

Celebrámos o Natal, a manifestação-epifania do Salvador aos pobres, à Epifania-manifestação ao povo: hoje, com o batismo de Jesus, celebramos a sua manifestação a Israel, concluindo assim o tempo das epifanias da Encarnação.  

Houve um grande silêncio desde a infância de Jesus até este momento. Aonde é que Jesus viveu a sua juventude? aonde é que aprendeu a ler as Escrituras? Aonde é que se tornou um homem maduro com cerca de trinta anos? (cf. Lc 3,23)? Os Evangelhos não nos dão respostas. Podemos apenas dizer que, nos anos precedentes ao batismo, Jesus foi discípulo de Batista no deserto de Judá, como o próprio João nos testemunha na sua pregação messiânica: “mas aquele que vem depois de mim (opíso mou), é  mais poderoso do que eu" (Mt 3,11; Mc 1,7).

É nesta senda que Jesus pede a João, seu Rabino, de receber a imersão nas águas do jordão, colocando-se na fila dos pecadores que se querem converter, retornar a Deus. É este o quadro, o momento de apresentação de Jesus adulto, o seu primeiro ato público. Jesus é o Messias, o Ungido do Senhor, o Salvador de Israel, é o Filho de Deus que veio ao mundo, mas a sua primeira manifestação é de rebaixamento, esvaziamento, sem apresentar as suas prerrogativas divinas.

Nesta imersão, Jesus, que não tem necessidade de batismo para remissão de pecados, sendo Ele sem-pecado (cf. 2Cor 5,21; Heb 4,15), coloca-se entre os pecadores, como acontecerá também na sua morte na cruz, entre os dois malfeitores (cf. Mt 27,38; Mc 15,27). Eis porque digo que Jesus é “o Messias ao contrário”, porque contradiz a imaginação humana, a lógica que quer que a vinda de Deus aconteça no esplendor, na glória, no poder.

João que, por revelação e apenas pela fé, conhece a verdadeira identidade de Jesus, recusa-se a emergi-Lo nas águas do jordão. Pelo contrário, em Mateus confessa:  “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti, e Tu vens a mim?”. Mas depois obedece silenciosamente às palavras de Jesus que lhe recorda a obediência que entre ambos deve haver para com a missão recebida: ambos devem “cumprir a justiça”, isto é, corresponder pontualmente à vontade de Deus. João, o último profeta do Antigo Testamento e o primeiro do Novo, deixa a decisão a Jesus: ele sabe que deve preparar tudo para que a vontade de Deus, expressa com autoridade por Jesus, se cumpra. 

Jesus é então imerso por João no jordão e, enquanto sai da água - cumprindo aquele momento pascal de morte, afogamento, deposição dos pecados e ressurreição para uma vida nova, profecia da sua paixão-Páscoa - depois de se ter identificado com a humanidade pecadora - eis que se junta a Ele, naquele específico momento, a palavra definita de Deus. Abrem-se os céus, isto é, acontece uma comunicação entre o mundo celeste e o mundo terrestre, entre Deus e a Terra; o Espírito Santo desce, suavemente, sobre Ele, sob a forma de uma pomba; e uma voz proclama: “Este é o meu Filho muito amado, no qual pus o meu encanto”.

Esta Teofania é rica de significado: como sobre as águas primordiais, no in-princípio da criação, pairava o espírito de Deus (cf. Gen 1,2), assim sobre as águas do jordão desce o Espírito, inaugurando a nova criação no novo Adão, Jesus Cristo. E a Palavra de Deus confirma a sua identidade de Filho de Deus, Filho único e amado, Filho do qual Deus, vendo o estilo por Ele assumido e as ações por Ele cumpridas, como o próprio batismo,  pode atestar: “Este é o meu Filho muito amado, no qual pus o meu encanto".

Estas palavras de Deus no início de cada Evangelho sinótico (cf. Mc 1,11; Lc 3,22) são também para cada um de nós, que as deve sentir como se lhe fossem dirigidas: sim, Deus diz-me que sou seu filho, que sou amado por Ele. Cada um de nós deve esperar que Deus lhe diga: “De Ti me congratulo, de ti me alegro!”, mas, conhecendo as nossas revoltas, os nossos pecados, hesitamos em acreditar que isso é possível. Hesitamos, mas devemos convencer-nos. Estas são as palavras que Deus nos quer dizer e que nos dirá se esperarmos n'Ele, não em nós, na sua misericórdia, não nas nossas justificações.  

Enzo Bianchi