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Como Jesus cuida e cura

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Giovanni Antonio Pellegrini, Guarigione di Gesù, 1730, Budapest

V domingo do Tempo Comum, ano B
Mc 1,29-39
Reflexão sobre o Evangelho por Enzo Bianchi

Naquele tempo,
Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André.
A sogra de Simão estava de cama com febre e logo Lhe falaram dela.
Jesus aproximou-Se, tomou-a pela mão e levantou-a.
A febre deixou-a e ela começou a servi-los.
Ao cair da tarde, já depois do sol-posto, trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos e a cidade inteira ficou reunida diante da porta.
Jesus curou muitas pessoas, que eram atormentadas por várias doenças, e expulsou muitos demónios. Mas não deixava que os demónios falassem, porque sabiam qual Ele era.
De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar.
Simão e os companheiros foram à procura d’Ele e, quando O encontraram, disseram-Lhe:
«Todos Te procuram»Ele respondeu-lhes:
«Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também, porque foi para isso que Eu vim».
E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demónios.

No último domingo começámos a ler a "jornada de Cafarnaum" (cf. Mc 1,21-34), um exemplo concreto de como Jesus vivia, falando do Reino de Deus e cumprindo os sinais que O anunciavam. Hoje a história continua...

Jesus e os seus primeiros quatro discípulos, saídos da Sinagoga, vão a casa de Pedro e André. Como havia uma dimensão pública da sua vida, praticamente não havia vida privada: aquela vida vivida com os seus discípulos e com os seus amigos, a vida em casa, onde se falavam, se escutavam, comiam e repousavam juntos. Todas estas são dimensões humanas da vida de Jesus às quais, infelizmente, não prestamos muita atenção, fazendo elas parte da realidade, da habilidade do viver quotidiano…

Já na casa de Pedro e André constatam que ninguém os acolhe: deveria ser uma tarefa da sogra de Pedro - que, portanto, seria um homem casado - mas uma febre retém-na de cama. A febre é uma indisposição que acontece muitas vezes e não é grave ou preocupante. Jesus, informado da situação, aproxima-se da senhora, toma a sua mão e fá-la levantar-se. Ele quer encontrá-la e logo que está próximo dela faz gestos simples, humanos e afetuosos. Agarra na sua mão febril, inicia uma relação carregada de afeto e, com força, ajuda-a a pôr-se de pé. Estes são os gestos de Jesus que curam. Não são gestos de uma curandeiro de profissão, de um médico ou até de um feiticeiro. Se estivermos atentos compreendemos que, de acordo com o exemplo de Jesus, devemos aproximar-nos de um doente, estar-lhe próximo, tirá-lo do seu isolamento, agarrar a sua mão na nossa, ter um contato físico que demonstre a nossa presença efetiva e depois fazer qualquer coisa para que o outro se alce do seu estado de prostração.

Esta ação com que Jesus liberta a senhora da febre parece pouco (“um milagre desperdiçado”, escreveu um exegeta!), mas a febre é o sinal comum que revela a nossa fragilidade e nos anuncia a morte de que cada doente é pronúncio. Sim, Jesus está sempre a trabalhar nos nossos corpos e nas nossas vidas e discerne, mesmo quando existe apenas febre, que o ser humano adoece para morrer, que qualquer doença contradiz a vida plena desejada pelo Senhor para cada um de nós. Não nos fechemos à sua ação mas compreendamos como Ele, Aquele que vem com o seu Reino, luta contra o mal e contra a morte cujo Rei é o demónio, aquele que deseja a morte e não a vida. Jesus aparece assim como Aquele que faz levantar, faz ressuscitar – verbo egheíro, usado para a ressurreição da filha de Jairo (Mc 5,41) e para a ressurreição de Jesus (Mc 14,28; 16,6) – cada homem, cada mulher, da situação do mal em que se encontra. Ele quer que todos entrem no Reino de Deus onde “não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor."; "O Senhor DEUS enxugará as lágrimas de todas as faces”. (cf. Ap 21,4; Is 25,8).

O que é destacado como fruto do "fazer levantar" da parte de Jesus é a disponibilidade imediata para o serviço, a diakonía pronta da parte da sogra de Pedro. Levantados do mal, espera-nos o serviço para com os outros porque servir os outros, cuidar dos outros é viver o amor para com Ele. O amor ao outro é querer e realizar o seu bem. No caso presente esta mulher, já em pé, dá de comer a Jesus e aos seus discípulos, servindo quem a serviu até que se pusesse de pé.

Aproxima-se a noite, a primeira jornada missionária de Jesus está quase a acabar, mas eis que de toda a cidade são trazidos doentes e endemoninhados à porta da casa em que se encontra. O que procurava toda esta gente? Antes de mais a cura mas, certamente, desejava também ver milagres. Os medicamentos eram caros, muitas vezes ineficazes e depois as pessoas procuravam muitos exorcistas, curandeiros e feiticeiros. Aqueles que se aproximaram de Jesus, contudo, não procuravam nem um feiticeiro nem um milagreiro. Procuravam alguém que curasse falando, relacionando-se mas, sobretudo, suscitando fé e confiança. Quando Jesus encontra esta confiança então pode manifestar-se a vida, mais forte do que a morte. Jesus não curava todos mas, - dizem o Evangelhos - curava todos os que encontrava. Como nos diz, apenas Mateus, à margem deste trecho, Ele manifesta-se como o Servo do Senhor que “tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores” (Mt 8,17; Is 53,4). Jesus combate as doenças para fazer recuar o poder do mal e do demónio, mas isto acontece à custa de carregar Ele próprio o sofrimento que procura aniquilar!

Chega a noite, mas também esta é feita para agir. Antes do amanhecer Jesus saiu para um sítio recolhido e aí começou a rezar. É a sua oração da manhã, oração que aguarda o nascer do sol, invocando o Senhor e louvando- O pela luz que vence a noite.  Esta ação noturna não é secundária, não é um simples apêndice do dia. É a fonte do seu discurso e da sua ação, é o início do "ritmo" da sua jornada, é o que Lhe dá a postura para poder viver todo o dia na companhia dos homens, porque Ele é O enviado de Deus, Aquele que deve sempre "dá-Lo a conhecer" (cf. Jo 1,18) aos homens, onde quer que vá.