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O Espírito Santo, companheiro inseparável

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El Greco, Pentecoste (particolare), 1596, Museo del Prado, Madrid
El Greco, Pentecoste (particolare), 1596, Museo del Prado, Madrid
Pentecostes, ano B, 24 maio 2015
Jo 15,26-27; 16,12-15
Reflexão sobre o Evangelho por Enzo Bianchi

26Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, e que Eu vos hei-de enviar da parte do Pai, Ele dará testemunho a meu favor; 27e vós também haveis de dar testemunho, porque estais comigo desde o princípio.
12 "Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender por agora. 13Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a verdade completa. Ele não falará por si próprio, mas há-de dar-vos a conhecer quanto ouvir e anunciar-vos o que há-de vir. 14Ele há-de manifestar a minha glória, porque receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer.15Tudo o que o Pai tem é meu; por isso é que Eu disse: "Receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer".

O lecionário da Igreja Universal prevê para a solenidade do Pentecostes a leitura do Evangelho de João que conta a aparição de Jesus ressuscitado aos discípulos na tarde do primeiro dia da semana quando Ele soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo” (cf. Jo 20,19-23). No entanto, o lecionário da Igreja Italiana prevê para este dia, dependendo do ano, dois outros trechos do quarto Evangelho que são, na verdade, construções um pouco artificiais por serem compostos por versículos tirados de contextos diversos. Neste ano B o texto é composto por dois versículos em que Jesus promete aos discípulos o Espírito Santo (cf. Jo 15,26-27) e por outros quatro nos quais Ele especifica a ação do mesmo Espírito na Igreja (cf. Jo 16,12-15). Não sendo fácil comentar versículos que não se sucedem, vamos tentar fazê-lo com espírito de obediência.

Jesus está à mesa com os seus discípulos, depois de lhes ter lavado os pés (cf. Jo 13,1-20) e pronuncia palavras de despedida porque  “chegou a hora de passar deste mundo para o Pai” (Jo 13,1). São palavras que a Igreja Joanina guardou, meditou, interpretou e finalmente transcreveu com uma linguagem e um estilo diferente das Palavras saídas da boca de Jesus. Podemos dizer que o discípulo amado e a sua Igreja fizeram "ressurgir" as palavras de Jesus e aqui no Evangelho encontramo-las na sua verdade, mas pronunciadas pelo Ressuscitado glorioso, o Kýrios.

Sabemos dos Evangelhos sinóticos que Jesus tinha falado do Espírito Santo que descera sobre Ele no Batismo (cf. Mc 1,10 e par.), e tinha-o prometido como dom aos discípulos, em particular na hora da persecução (cf. Mc 13,11 e par.), quando o Espírito seria a sua defesa, "falando por eles" e "ensinando-lhes o que devem dizer". Eis aqui a mesma promessa, no Evangelho de João (cf. Jo 14,26-27): quando vier o Parákletos – o chamado para estar ao lado como defensor, socorro e consolador, o Espírito santificador que Jesus, subido ao Pai, enviará –, então o Espírito dará testemunho de Jesus assim como farão os próprios discípulos que estiveram com Ele desde o princípio da sua missão.

O hálito de Deus que Jesus soprará aos discípulos depois da Ressurreição, a vida do próprio Deus que é a vida de Jesus, será vida nos discípulos e habilitá-los-á a serem suas testemunhas. Haverá assim uma sinergia entre o testemunho do Espírito e o testemunho do discípulo relativo a Cristo. Mesmo quando os cristãos se sentirem estrangeiros, mesmo nas perseguições e nas hostilidades sentidas pelo mundo, no poder do Espírito os cristãos continuarão a ser testemunhas de Jesus. Esta é a função decisiva do Espírito Santo que, tendo sido "companheiro inseparável de Jesus" (Basilio de Cesarea), depois de Jesus o ter enviado da sua Gloria junto do Pai, é também o companheiro inseparável de cada cristão.

No que diz respeito ao sopro divino, Jesus diz ainda algumas palavras (cf. Jo 16,12-15). Ele está consciente de ter narrado, explicado (exeghésato: Jo 1,18) Deus aos discípulos durante alguns anos através do seu comportamento e das suas Palavras, sobretudo, amando os seus até ao fim (cf. Jo 13,1). Mas sabe, também, que podia ter dito muitas mais coisas. Jesus sabe que o conhecimento de Deus se faz de uma forma progressiva, de um crescimento desse mesmo conhecimento e que não pode ser feito de uma só vez. O discípulo aprende a conhecer o Senhor em cada dia da sua vida, “de início em início, para inícios que não têm mais fim” (Gregório de Nissa). A vida do discípulo deve ser vivida para uma compreensão cada vez maior e tudo o que uma pessoa vive (encontros, realidades, ...), através da força do Espírito Santo, abre um caminho, aprofunda o conhecimento, revela um sentido. Todos nós o experimentamos. Quanto mais andamos em frente na nossa vida pessoal e na resposta que damos à chamada do Senhor, mais o conhecemos! O Evangelho é sempre o mesmo, “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Heb 13,8), não muda, mas nós conhecemo-lo melhor à medida que vivemos a nossa história e a história do mundo.

Por isso Jesus confessa não ter dito tudo. Disse o essencial sobre Deus, aquilo que é suficiente para a salvação, mas o conhecimento é infinito. Agora Jesus está no Reino com o Pai, mas o Espírito Santo que Ele envia aos discípulos recorda-lhes as suas Palavras (cf. Jo 14,26), aprofunda-as, torna compreensível aquilo que não entenderam enquanto estiveram com Ele (cf. Jo 2,22; 12,16). Novos acontecimentos e realidades são iluminadas e compreendidas graças à presença do Espírito Santo. Mas, atenção!

A Cristo não sucede o Espírito Santo; à idade do Filho não sucede a do Espírito, porque o Espírito que procede do Pai é também o Espírito do Filho (é isto que significa a afirmação: “Tudo o que o Pai possui é meu”), enviado por Ele e seu companheiro inseparável.  Aonde está Cristo está o Espírito Santo e aonde está o Espírito está Cristo! E a Palavra de Deus é sempre a mesma: em Moisés, nos Profetas e nos Salmos (cf. Lc 24,44). É a mesma Palavra de Deus, saída da sua boca com o seu sopro.

Lendo o Pentecostes à luz destas Palavras de Jesus do quarto Evangelho, hoje confessamos que o hálito, o sopro de vida de Deus é o sopro de Cristo, é o Espírito Santo e é o nosso sopro de cristãos. Um sopro que desce sobre nós constantemente e que, sobretudo na Eucaristia, renova-nos, dando-nos a remissão de todos os nossos pecados.